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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Do Calor do Gelo ao Degelo da Verdade

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Nada!..
Nada é o que parece,
Nada é do que parecia,
Nada, do que eu quisesse,
Por mais que sábio se soubesse,
Pouco mais foi do nada que dizia,
E tudo se ficaria pelo que dissesse,
    Até à relatividade de um certo dia!...

Do frio à fria morte do frio global,
Dos icebergs ao congelado pesadelo,
 Do degelo do Sol ao inferno do gelo total,
Das queimaduras geladas ao frio apelo,
Do fogo que derrete na antártida bocal,
Até aos glaciares da palavra diagonal,
     Conservada no mais sólido gelo!...

Aftas e outras úlceras bocais,
A frieza do calor e a febre infernal,
A doença secular dos nossos ancestrais,
Convencer os aviões a amarar nos cais,
Conseguir pôr um barco num voo colossal,
E antes que que o mundo se aperceba do ritual,
Fenómenos inconcebíveis de manipuladores globais,
Ditam a queda de cada mundo, a queda mundial,
Depois do princípio das verdades mais irreais,
Gelo e fogo de existência transcendental,
    Sem contestações fundamentais!...

Tudo arde sem arder,
Sem arder tudo vai ardendo,
Queima-se a verdade sem saber,
   E sem saber vai a verdade morrendo;
Como se a mentira ao degelar,
  Em vez de líquida se tornar,
   Na mentira fosse fervendo,
      Para logo se evaporar!...
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quinta-feira, 20 de abril de 2017

Tristes Trovas do Mundo Triste


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Que triste mundo este,
Da morte se faz festa,
Ainda mal nasceste,
E já nada te resta!...

Que triste vida esta,
No mundo se faz a morte,
Ninguém se manifesta,
Neste mundo sem sorte!...

Tristeza muito forte,
Toda esta tristeza,
Mundo sem fé nem norte,
Bem longe da beleza!..

Tão triste a crueza,
Deste mundo vazio,
Cheio de riqueza,
Em triste desvario!...

Água cega no rio,
Triste por ter de fugir,
Foge do coração frio,
    Sem olhos para sorrir!...

É tão triste não sentir,
A tristeza sentida,
Viver e não conseguir,
   Ver a vida perdida!...

De tudo esquecida,
Triste por em nada crer,
Esperança vencida,
Por esperança não ter!...

Só Deus nos pode valer,
Valha-nos o Seu amor,
Até Deus vemos morrer,
   Rezamos à nossa dor!...

Tão triste este horror,
Por onde caminhamos,
Caminho do Criador,
    Esse que renegamos!...

Nossas vidas amamos,
Com toda a nossa vida,
Vida que desprezamos,
     Neste mundo, perdida!...

A vida prometida,
Promessas de fartura,
Farta a fome de vida,
    Farta de amargura!...

A natureza pura,
Natureza perfeita,
Sua memória futura,
     Que o homem rejeita!...

A mentira enfeita,
A beleza sofrida,
A tristeza se deita,
     Na noite mal dormida!...

Triste esta ferida,
Tão aberta do nada,
 Sangra na despedida,
     Por tristeza criada!...

Triste e fustigada,
Pela humanidade,
Triste e indignada,
     Por triste maldade!...

Feito de saudade,
Chora o coração,
Vem a ansiedade,
     E toda a emoção!...

É rezada a oração,
É Deus a esperança,
Amor, conforto e pão,
   Caridade e bonança!...

Mas, se nem Deus resiste,
Á tristeza do mundo,
Também Deus está triste,
    P’lo amor infecundo!...

Entristecer profundo,
Tristeza de sentir dó,
Tão triste o Ser imundo,
     Reduzido ao triste pó!...

É tão triste ser triste,
Tão triste por nada ser,
Sentir que não resiste,
   Á certeza de morrer!...

É o medo de sofrer,
Triste efeito dominó,
Nasce o neto sem avó,
     Morrem filhos sem querer!...

Chega o anoitecer,
Chega o pesadelo,
Triste dia o de saber,
    Da morte sem apelo!...
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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Mundo do Fim do Mundo



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Nunca um fim do mundo,
Se fez tanto deste mundo,
Nunca estive eu tão perto,
Do medo de estar tão certo,
Desilusão e medo profundo,
Tu, que não o vês, decerto,
Tal é a cegueira, lá no fundo,
    Por tanta guerra encoberto!...

Sou profeta da desgraça,
Uma desgraça de profeta,
Sou o teu baço da vidraça,
Sou as línguas de fumaça,
Sou a curva em linha recta,
Por onde meu fumo passa,
Esfumando-se e logo afeta,
   O coração que despedaça!...

Há em cada fim de cada dia,
A esperança que adormece,
Descansa em serena sintonia,
Com uma maciez de nostalgia,
E a esperança que amanhece,
Em mais um dia que acontece,
Esperança de ser o que seria,
 Se o mundo a Paz quisesse!...

Neste mundo onde vivemos,
Sem saber com que fim, afinal,
Somos bestas da morte bestial,
Neste mundo onde morremos,
Somos bestas que nos fizemos,
    Sepulturas abertas a tanto mal!...

E é neste mundo que estamos,
Mundo que é mundo, por enquanto,
Refugiados no egoísmo do nosso canto,
E é neste estranho mundo que ficamos,
A matar a vida, antes que morramos,
   Em rituais suicidas e sem espanto!...
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Esplim (Melancolia Existencial)








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Talvez sim,
O princípio esteja na existência,
Talvez na primeira impressão da aparência,
Ou na aparente impressão de princípios assim,
E nada exista!...
A fantasia e o olhar a florir entre flores de jardim,
As cores, cada perfume e a sua fantástica essência,
Os regatos de cristal e as fontes incríveis de marfim,
A sorte longínqua e lenta dos elefantes, pesada e ruim,
O vapor das lágrimas transparentes em evidência...
Talvez sim,
    E nada exista...
Tudo gire num bailado harmonioso de inocência,
E um ou outro sublime estado de abstrato esplim,
Talvez a razão do fim do mundo, afinal não exista,
    E só para todos nós e todas as coisas haja um fim!...


Talvez tudo que existe seja irreal,
Talvez a melancólica realidade não resista,
A esta melancolia existencial,
   E nada exista!...

   
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sábado, 30 de agosto de 2014

Adestramento Global


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As janelas globais,
Estão cheias de inocentes,
De inocência em flagrante delito,
Apanham-se humanos em teias virais,
E se os blocos de vírus não são suficientes,
Volta a dar-se o dito por tudo quanto foi dito,
Até que ditadura das imagens sejam sementes;
Vê-se dos olhos fechados abrolharem outras mais,
As árvores são ensinadas a crescer todas iguais,
Envoltas numa subtileza global das serpentes,
Há no silêncio da floresta árvores diferentes,
Proibidas de crescer nos conselhos gerais,
Caridosas serpentes estrangulam o grito,
E o mundo em seu tormento infinito,
Vê humanos em seus suicidas rituais,
Vê-se mundo cansado, o mundo aflito,
Um mundo global de globais vítimas casuais,
O adestrar globalizado de todos os indiferentes,
Com descontrolo global de inconscientes mentais,
    E dos humanos corações mentalmente doentes!...

Deus, sempre sereno, vê os donos de um deus,
Vê-os implorarem por dinheiro em seu nome,
Vê a Fé em Si, ser guerra entre filhos Seus,
Os novos apóstolos, por Ele, são ateus,
-É por ele, -diz o ateu que tudo come,
-Que ao pão do mundo, dirás adeus,
     E, por deus, morrerás de fome!...

As almas perdidas alimentam satanás,
Fizeram-nas almas corrompidas com divina calma,
É global o encolher de ombros do nada se fez e nada se faz,
E sem nada fazer pelo tanto deixado por fazer ficado para trás,
  Morrem por Deus sem saberem que perderam a Alma!...
  
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pressentimentos Revisitados (Literal e dito)


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Este não vai ser o ano dos indiferentes,
Não será o ano dos papas ou dos presidentes,
Não é ano para os pobres coitados,
Para lamúrias dos indigentes,
Nem para os coitadinhos,
Dignos do dó literal e dito!...
Os velhos não ficarão sozinhos,
Filhos não serão abandonados,
Não é um ano para maus vizinhos,
Nem para os fígados de maus vinhos,
Para jovens emigrantes angustiados,
Ou para as saudades dos apegados,
Do apego aos ternos ninhos,
    Dignos de dó literal e dito!...
Não será o ano dos inconscientes,
Dos pensadores nem dos inteligentes,
Muito menos será ano dos desconfiados,
Ou da confiança nos mais exaltados,
Não será ano dado a obedientes,
E muito menos aos curvados,
À experiência dos oferecidos,
E aos tapetes espezinhados,
    Não será ano para esquecidos,
   Dos preguiçosos e adormecidos,
Não haverá lugar para os lembrados,
Será um ano, de lembranças muito restrito,
Não será ano do santo da casa nem do proscrito,
Nem este será dos milagrosos anos mais desejados,
   Será o ano de todos os pressentimentos revisitados,
      Dignos de dó literal e dito!...

  Ou não!…
Pode ser o ano de todos os anos,
De todos, ou apenas mais um,
A prova de todos os Humanos,
Para se redimirem dos enganos,
   Reerguendo-se na verdade comum!...
Mas nisto do homem e da Humanidade,
Por muito consensual que seja a verdade,
Pode ser mais um ano sem consenso algum,
   Continuando sem divergir da triste realidade!...

Ou então…
Juntemos a coragem ao grito,
    E lutemos pelos dignos de dó literal e dito!...
   
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