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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Negação ao Poema Perfeito

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Estive muito perto do poema perfeito,
Mas sempre tive este defeito,
De chegar muito perto,
De ter descoberto,
O efeito,
Certo,
Do jeito,
Pelo respeito,
De encontrar no deserto,
Um poético oásis entreaberto,
Á perfeição de um poema feito a preceito,
Que o conselho ensina em seu desígnio encoberto,
Pela ditadura dos poetas em cada poema suspeito,
Esse poema que esteve tão próximo de ser liberto,
     Mas ali se deixou ficar para sempre insatisfeito!...

Estive muito perto do Poema perfeito,
Esteve esse Poema tão perto de mim,
Mas tive sempre esse defeito,
       De ver a poesia sem fim…
 Como se… o cume,
Fosse perfume,
   De mim!...
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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Púmice da Pedra Polida

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À pedra polida,
Gasta-se-lhe a graça,
Perde o sentido alisado do humor,
Desembaraço do riso e embaraço na desgraça,
Alisa-se sobre os seixos e debaixo da graça perdida,
Falta-lhe uma polidez natural da imperfeição engraçada,
E na impossibilidade de polir-se no credo da divina graça,
Escorrega na lisa intranquilidade que dela grassa,
Cai desamparada nos complexos por si polidos,
  Como pedra litográfica impressa por anos idos,
Alma calcária litografada!...
Há um poroso murmúrio vulcânico de púmice sem vida,
Rejeitado pelas calçadas antigas e qualquer avenida,
Flutua entre quatro paredes de pedra requintada,
Sempre alisando-se nessa imperfeição alisada,
     Porosa e leve a arrefecida pedra polida!...
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Direito Invaginado

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Fecundez de semente primordial,
Germinada na bainha de preservativo invaginado,
Rasga os lábios sobrepostos da membrana geracional,
Que sugam os coágulos brancos ao primórdio espiritual,
Dos corações rasgados entre sangue vivo derramado,
Sobre a inumanidade prenhe de amor coagulado,
    Na Paz morta por consentimento convencional!...

Milhões de planos plenos de vida,
São preservados em preservativos sem saída,
Preserva-se a triste morte do humano imperfeito,
Em laboratórios onde às cobaias de pleno direito,
É imposto o único direito de ver instituída,
     A Esperança que lhes fenece no peito!...

Cortaram-te as unhas afiadas,
À entrada do preservativo azul-celeste,
Sem tempo para perceber o mal que fizeste,
Ainda viste outras famílias escravizadas,
   No colonizador hexágono a Leste!...


E aqui estamos entre pregas de seis paredes semitizadas,
Erguidas com sangue de humanos imperfeitos e arame farpado,
    Amordaçados até à indiferença de nossas vidas invaginadas!...

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